Graciliano Ramos
Graciliano Ramos nasceu em Quebrangulo (AL), em 1892 e faleceu no Rio de Janeiro, em 1953. Fez os primeiros estudos no interior de Alagoas e tentou o jornalismo no Rio de Janeiro. Regressou a Palmeira dos Índios (AL), cidade da qual foi prefeito, em 1928, renunciando ao cargo dois anos depois e passando a dirigir a Imprensa Oficial do Estado. Em 1933, foi nomeado Diretor da Instrução Pública. Por suspeita de ligação com o comunismo, foi demitido e preso em 1936. Remetido ao Rio de Janeiro, permaneceu encarcerado na Ilha Grande, onde escreveu Memórias do cárcere. Em 1945, aderiu ao Partido Comunista Brasileiro.
OBRAS
Romance: Caetés (1933); São Bernardo (1936); Vidas secas (1938).
Conto: Insônia (1947).
Memórias: Infância (1945); Memórias do cárcere (1953); Linhas tortas (1962); Viventes das lagoas (1962). As duas últimas obras foram publicadas postumamente.
Literatura infantil: Histórias de Alexandre (1944); Histórias incompletas (1946).
CARACTERÍSTICAS DA OBRA
De maneira geral, sus romances caracterizam-se pelo inter-relacionamento entre as condições sociais e a psicologia das personagens; ao que se soma uma linguagem precisa , “enxuta” e despojada, de períodos curtos mas de grande força expressiva.
Seu romance de estreia, Caetés (1933), gira em torno de um caso de adultério ocorrido numa pequena cidade do interior nordestino e não está à altura das obras subseqüentes.
São Bernardo (1934), uma de suas obras-primas, narra a ascensão de Paulo Honório, rico proprietário da fazenda São Bernardo. Com o objetivo de ter um herdeiro Paulo Honório casa-se com Madalena, uma professora de idéias progressistas. O ciúme e a incompreensão de Paulo Honório levam-na ao suicídio.
Trata-se de um romance admirável, não só pela caracterização da personagem, mas também pelo tratamento dado à problemática da coisificação dos indivíduos.
Angústia, é a história de uma só personagem, que vive a remoer a sua angústia por ter cometido um crime passional.
Entre suas obras auto-biográficas, destaca-se Memórias do cárcere (1953), depoimento sobre as condições dramáticas de sua prisão durante o governo do ditador Getúlio Vargas.